O conceito de comunicação é difícil de definir, devido ao fato de ser um termo extremamente abrangente, porém todos seus derivados taxionômicos levam a um único princípio de entendimento: “pôr em relação”. A palavra tem origem no latim communicatio, no qual diferenciamos três raízes; munis que significa “estar encarregado de” acrescido ao termo co, que nos passa a idéia de simultaneidade, algo que é realizado em conjunto, com a terminação tio, que nos remete novamente a atividade. Na história, a palavra surge a uma prática realizada nos mosteiros, que significa “tomar a refeição de noite em comum”, encontro realizado somente a noite, após o dia de silêncio, contemplação e isolamento. Já vemos então a palavra como algo original e polêmico, por ser uma realização em comum e “romper o isolamento”. No próprio sentido etimológico do termo já aparece a comunicação como o produto de uma relação ou de um encontro social, “ação ou algo em comum”. Portanto, o termo em sua acepção mais fundamental, refere-se ao processo de compartilhar um mesmo objeto de consciência. Entre tantas significações, as substantivas nos causam maiores dúvidas. A comunicação pode também ser a mensagem de referência, o que esta sendo passado: a informação é uma comunicação que pode ser ativada a qualquer momento. Toda informação pressupõe um suporte- o meio de comunicação-, certos traços matérias e um código com o qual é elaborada. Código que nada mais é que uma organização desses traços materiais, e precisa ser extremamente claro, para haver compreensão por parte do receptor. Receptor esse, que seleciona as respostas. “Através da informação chega-se a ter algo em comum, um mesmo objeto de consciência”, portanto “ a informação pode ser considerada como uma parte do processa de comunicação, ou como sinônimo desse processo”. Há também sua relação com o “transporte de coisas”, pois toda comunicação não deixa de ser um meio de transporte, aí então sua estreita correlação com a atividade econômica. “Todos os sistemas de troca de forças ou de energia podem ser descritos como processos comunicativos”. Portanto, comunicação é relação, com a transmissão de uma específica idéia. Designa a relação que se dá entre elementos que guardam certa substancialidade: tornar comum um pensamento.
O processo comunicacional é, antes de tudo, uma práxis objetiva. O ser humano é eminentemente social, portanto torna-se impossível que ele não se relacione e conseqüentemente, comunique-se. Entra tantos “espécimes” de comunicação é importante lembrar a chamada massiva, que atua pelos veículos de comunicação de massa, ou media (termo utilizado que remete ao meio por onde a informação circula). “A comunicação de massa pressupõe a urbanização massiva, fenômenos que ocorre em especial ao longo do século XIX, graças a Revolução Industrial, dificultando ou mesmo impedindo que as pessoas possam se comunicar diretamente entre si ou atingir a todo e qualquer tipo de informação de maneira pessoal, passando a depender de intermediários para tal. Esses intermediários tanto implicam pessoas que desenvolvam ações de buscar a informação, tratá-la e veiculá-la- os jornalistas – quanto de tecnologias através das quais se distribuem essas informações . Todo esse conjunto constitui um complexo que recebe a denominação genérica de meios de comunicação de massa”. Suas funções são informar constituindo um consenso de opinião (construindo identidades) e divertir. A comunicação torna-se imprescindível para a cultura porque lhe garante uma codificação, que permite a continuidade e manutenção das tradições. Cada época e cada cultura têm suas características e modo de concretizar os processos comunicacionais. Desde a antiga Grécia que nada seria sem a comunicação entre os espartanos e os atenienses, que permitiu sua união e o fortalecimento da mesma. E como sabemos e tanto discutimos, foi berço da civilização que surgiram as primeiras teorias da comunicação, com os filósofos Platão, que diferenciou opinião e ciência em sua caverna onde as imagens são refratadas, e Aristóteles, que identificou primeiramente o que é a mensagem e quem são o emissor e o receptor. Em Roma, houve a primeira codificação com a adoção de um único idioma- o latim- para tratar de assuntos públicos e dos registros históricos que nos permitiram ter acesso a dados e façanhas importantes realizadas pelos doze imperadores. Na Europa, mais especificamente Itália, a codificação da comunicação permitiu a orientação em registros e documentos durante a era de exploração e descobrimento de novas terras. Já na França, no séc. XVIII quando o contexto foi o surgimento da burguesia e a oficialização da escola, pois a educação funcionava como status, a comunicação física, mais precisamente, escrita, tornou-se essencial. A modernidade inaugurou-se assim pelo surgimento do cinema, no fim do séc. XIX, com as chamadas imagens animadas, que causaram estranhamento por parte da população a aquele total novo tipo de comunicação. No século seguinte, nos anos 30 vieram o som, nos 40 a cor, e assim por diante a sétima arte não parou de evoluir até a contemporaneidade. Na atualidade tecnológica, a comunicação enfrenta barreiras cada vez menores, fazendo com que qualquer um possa tornar-se um jornalista, com a assistência certa. Portanto, vivemos em uma era na qual o estudo específico deste novo campo de conhecimento, a comunicação, faz-se cada vez mais imprescindível, e somente com essa assistência correta é que nos tornaremos completos como indivíduos sociais.